sexta-feira, julho 28

Hoje tinha tanto para escrever que quando tentei começar não consegui.
Passei o dia entre o viver e o narrar para mim o que estou a viver. “Não viver a vida mas escrevê-la, com uma pequena distância de morte” disse Pedro Paixão. Desde que li isto tentei parar com este vício.
Antes de escrever há todo um ritual. Faço tudo o que tenho a fazer, não deixo nenhuma obrigação para depois. Isolo-me na segurança da solidão do meu quarto e ligo o computador. Ao olhar para a imagem da folha branca no monitor vomito tudo o que não consigo conter dentro de mim que são sobretudo inquietações e momentos que me marcaram.
Hoje não consegui mas como ainda está tudo cá dentro, a inquietação continua cá como uma azia e não há comprimidos para isto. Mais tarde ou mais cedo virá tudo cá para fora.



Sandbord no Sahara, photo by Louise Chin