terça-feira, julho 18

photo by digifox

Como de costume, no fim do duche enrolei a toalha à volta da cabeça. Enquanto lavava os dentes vi-me ao espelho e quis ser como aquelas mulheres que cobrem os cabelos e guardam a beleza só para o marido. Surpreendi-me com este pensamento, porque não parece coisa minha, nunca tive receios em procurar o prazer físico, mas estou a pôr em causa o valor desse prazer.

Sei que estou assim por causa do P. e dos discursos dele acerca das qualidades da rapariga que ama. Não é porque não sou eu a pessoa que ele ama, mas pela forma como ele fala dessas qualidades de “menina seria” que eu sei que perdi há bastante tempo. Mesmo com o P. que somos só amigos e nunca nos envolvemos física ou emocionalmente, eu sou a outra na vida dele. O mesmo com o D.. A veneração deles vai para elas e não para mim.

Não que me arrependo do tempo que passei com eles, acho que nem da minha vida até aqui. Nunca amei ninguém como O amo, foi essa parte importante de mim que guardei para ele.

Porque me afecta então o que diz o P.? Porque apesar de saber que Ele me ama, preciso também que Ele o demonstre.