Blogs, blogs...
“- Porque é que achas que as pessoas casam?
- Paixão.
- Não.
- Interessante, porque eu tomava-a por uma romântica. Então porquê?
- Porque precisamos que alguém testemunhe as nossas vidas. Há milhões de pessoas no planeta. Que significa a vida de cada uma delas? Mas, num casamento prometemos cuidar de tudo. As coisas boas, as más, as terríveis, as mundanas. Tudo isso, sempre, todos os dias. Estamos a dizer: “A tua vida será notada, pois eu notá-la-ei. A tua vida não passará despercebida, pois eu testemunhá-la-ei.”
Pode-me citar, se quiser.
- Pode crer que o farei. (…) Eu tinha razão. É uma romântica.”
Este diálogo delicioso entre as personagens Beverly Clark (Susan Sarandon) e Devine (Richard Jenkins) do filme Shall We Dance, veio-me à memória quando um amigo deixou meu de escrever no blog dele. Por se expôr, lançaram um boato malicioso e manipulativo, que o prejudicou.
Eu escrevo em blogs desde 30 de Junho de 2003. Eu e uma amiga criamos um blog tresloucado no qual publicámos textos eróticos onde disfarçávamos meias verdades num caleidoscópio de delírios, perversão e absurdo. Desde aí já criei e participei em vários, até me tornar fiel aqui ao Chocolate, o meu cantinho.
Porquê ter um blog e expôr-me? Porque além da energia criativa acumulada, eu não tenho um marido. Os amigos vão e vêm… só a família fica. A Devine tem razão quando diz que somos milhões e acho que escrever um diário é demasiado solitário. Ao ter um blog sente-se a censura do anonimato de quem nos lê, mas ao torna-lo de domínio público, passamos a ter testemunhas dos nossos desvairos e estes deixam de ser nossos para ser do leitor, que os manuseia e interpreta como quer.
- Paixão.
- Não.
- Interessante, porque eu tomava-a por uma romântica. Então porquê?
- Porque precisamos que alguém testemunhe as nossas vidas. Há milhões de pessoas no planeta. Que significa a vida de cada uma delas? Mas, num casamento prometemos cuidar de tudo. As coisas boas, as más, as terríveis, as mundanas. Tudo isso, sempre, todos os dias. Estamos a dizer: “A tua vida será notada, pois eu notá-la-ei. A tua vida não passará despercebida, pois eu testemunhá-la-ei.”
Pode-me citar, se quiser.
- Pode crer que o farei. (…) Eu tinha razão. É uma romântica.”
Este diálogo delicioso entre as personagens Beverly Clark (Susan Sarandon) e Devine (Richard Jenkins) do filme Shall We Dance, veio-me à memória quando um amigo deixou meu de escrever no blog dele. Por se expôr, lançaram um boato malicioso e manipulativo, que o prejudicou.
Eu escrevo em blogs desde 30 de Junho de 2003. Eu e uma amiga criamos um blog tresloucado no qual publicámos textos eróticos onde disfarçávamos meias verdades num caleidoscópio de delírios, perversão e absurdo. Desde aí já criei e participei em vários, até me tornar fiel aqui ao Chocolate, o meu cantinho.
Porquê ter um blog e expôr-me? Porque além da energia criativa acumulada, eu não tenho um marido. Os amigos vão e vêm… só a família fica. A Devine tem razão quando diz que somos milhões e acho que escrever um diário é demasiado solitário. Ao ter um blog sente-se a censura do anonimato de quem nos lê, mas ao torna-lo de domínio público, passamos a ter testemunhas dos nossos desvairos e estes deixam de ser nossos para ser do leitor, que os manuseia e interpreta como quer.
4 Comments:
...talvez todas as guerras mais ou menos sangrentas..de amor..de ódio..ou de valores..se possam ler através deste pequeno diálogo..na verdade..tudo o que buscamos talvez mais não seja do que 'reconhecimento'...porque 'eu preciso de ti para eu existir'..há um sentido profundo no dizer de que 'eu sem ti sou ninguém'...porque só através do outro, só o outro me pode devolver quem eu me faço...não?..
Isso é muito engraçado. Havia um filósofo que dizia que a razão da nossa existência é o reconhecimento pelo o outro. Por isso o Homem solitário numa ilha deserta (conceito de Kant) não é Homem na sua plenitude, pois falta o Outro para se poder afirmar como tal...
Se pensarmos bem isto faz todo o sentido. Toda a nossa vida é levada em busca do reconhecimento pelo o Outro, que pode tomar as mais variadas formas claro, mas a busca essa, é constante...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente, viver!
Sim! Eu já senti a censura...
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