sexta-feira, outubro 20

O tempo esvai-se com a minha energia e chego à noite cansada e criativamente exausta.

Não recebi nem uma coisa da minha lista de prendas; Esqueci-me do telemóvel em casa; Estou doente, dói-me o corpo, tenho febre e estou hipersensível emocionalmente; Na aula de bioética fiquei sempre calada e sabia grande parte do que era perguntado, tendo opiniões diferentes, mas não abri a boca. Enfim, a única coisa boa no dia de hoje foi ter encontrado um chapéu-de-chuva de plástico transparente como o da Scarlet Johanson no filme Lost In Translation da Sofia Coppola.

Com o meu chapéu novo fui sozinha ao centro de saúde. Saí sozinha. Fui sozinha comprar o antibiótico. Na paragem do autocarro só me apetecia chorar por estar doente e sozinha e incontactável. Queria ligar à minha mãe, queria uma palavra de conforto de alguém, mas sem telemóvel não podia ser. Tentei controlar-me e vim no autocarro a pensar nas aulas para me distrair. Chego a casa e implico com a minha mãe. Porquê? Porque ela não estava lá, quando eu não a quero lá. Porque a sua sobre protecção me atrofia e eu tenho que ser forte e rebelde para não ser conformada e não me acomodar. Porque estou farta de me fazer de forte quando só quero ser livre.
Se não me desses a tua opinião se calhar eu pedia-ta!